Vinícius de Morais
Filhos...Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como o queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete...
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filho? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los...
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem xampu
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!
(Antologia Poética)
Filhos são frutos, recompensas, presentes divinos. Poderia dizer, sem nenhum exagero, que são a melhor parte da vida. Nada vale mais que seus sorrisos, suas conquistas.
E as noites em claro? Foi o tempo melhor empregado. Tem coisa melhor do que acalentar, acarinhar, ou apenas ficar olhando o filho dormir?
Em breve crescem, constroem suas vidas. E fica apenas a saudade do tempo daquele presentinho feito na escola, do bilhetinho dizendo: Eu te amo, mamãe! E do jeito doce e sincero, de lhe abraçar com força. Apesar de os querermos pra sempre crianças, nada é mais gratificante que vê-los crescendo e se tornando responsáveis. E se, de vez em quando, (mesmo depois de crescidos) se chegarem procurando colo, é o êxtase. Ah! ser mãe não tem preço..
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